Nos últimos anos, falar de combustíveis renováveis vem se tornando uma necessidade dentro das operações de transporte e logística.
Com a pressão por práticas mais sustentáveis, entender o que são esses combustíveis e como eles podem impactar a gestão do abastecimento da frota é algo que nenhum gestor pode deixar de lado.
Se hoje o combustível já representa uma fatia enorme dos custos da frota, imagine o peso que decisões mal planejadas podem ter no futuro, especialmente com as mudanças de regulamentações e a evolução dos padrões ambientais.
O que são combustíveis renováveis?
Combustíveis renováveis são aqueles produzidos a partir de fontes que se regeneram naturalmente, como plantas, resíduos orgânicos e biomassa.
Diferente dos combustíveis não renováveis — como petróleo, carvão e gás natural —, que demoram milhões de anos para se formar e são finitos, os renováveis podem ser produzidos continuamente, respeitando os ciclos da natureza.
Mas afinal, qual a diferença entre combustíveis renováveis e não renováveis?
Além da origem, a diferença está no impacto ambiental: enquanto os não renováveis emitem grande quantidade de gases de efeito estufa e aceleram as mudanças climáticas, os renováveis tendem a gerar menos emissões, principalmente se sua produção for bem gerida.
Para o gestor de frotas, essa diferença vai muito além de uma preocupação ambiental. Adotar fontes de energia mais limpas pode significar vantagem competitiva, redução de custos com futuros impostos sobre carbono e alinhamento com as exigências de clientes e parceiros que valorizam práticas sustentáveis.
Tipos de combustíveis renováveis
Dentre as já diversas opções de tipos de combustíveis disponíveis, hoje existem também diferentes tipos de combustíveis renováveis que já estão sendo usados em operações de transporte — alguns mais comuns, outros ainda em expansão.
Conhecer essas opções ajuda você a entender melhor o que pode fazer sentido para a realidade da sua frota:
Biodiesel
Produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, o biodiesel pode ser usado puro ou misturado ao diesel tradicional. É uma alternativa interessante para caminhões e veículos pesados, reduzindo a emissão de poluentes sem exigir grandes modificações no motor.
Etanol
Muito popular no Brasil, o etanol é derivado principalmente da cana-de-açúcar. É um combustível renovável que já abastece milhões de veículos leves flex no país, sendo uma alternativa mais limpa do que a gasolina.
Biogás e biometano
Esses combustíveis são gerados pela decomposição de resíduos orgânicos, como lixo ou esgoto. O biometano, versão purificada do biogás, pode ser usado em motores adaptados, sendo uma solução promissora para frotas urbanas e de transporte pesado.
Diesel verde
Diferente do biodiesel, o diesel verde é produzido por um processo de hidrogenação de óleos vegetais. Ele tem características muito semelhantes ao diesel comum, o que facilita a sua adoção em motores já existentes sem necessidade de ajustes.
Hidrogênio verde
Produzido por eletrólise da água usando energia renovável, o hidrogênio verde ainda é uma tecnologia em desenvolvimento para frotas comerciais, mas tem grande potencial no médio e longo prazo.
Principais benefícios dos combustíveis renováveis
Para quem está de olho em mais eficiência e menos impacto ambiental, os combustíveis renováveis oferecem vantagens práticas. Entre os principais benefícios, estão:
- Redução na emissão de poluentes;
- Menor dependência do petróleo;
- Menos impacto com variações de preço dos combustíveis fósseis;
- Possibilidade de incentivos fiscais e financiamento verde;
- Valorização da marca com práticas sustentáveis;
- Adequação a políticas ambientais e metas ESG;
- Preparação para o futuro da mobilidade.
O Brasil e os combustíveis renováveis
Quando o assunto é combustíveis renováveis, o Brasil tem um papel de destaque no cenário. O país já conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e possui ampla experiência na produção e no uso de biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel.
O etanol, por exemplo, é usado em larga escala desde a década de 1970 e abastece milhões de veículos flex pelo país. Já o biodiesel é adicionado ao diesel comum em uma proporção obrigatória — atualmente em 14% — e sua produção vem crescendo ano após ano.
Além disso, o governo brasileiro vem ampliando programas de incentivo à produção de biogás e biometano, especialmente voltados para o setor de transporte pesado e frotas urbanas.
O objetivo é que, até 2030, 30% do consumo total de combustíveis no país venha de fontes renováveis, segundo o compromisso firmado no Acordo de Paris.
Isso significa que a tendência é de avanço contínuo: mais incentivos, mais infraestrutura e mais pressão para que as empresas se adequem a um modelo de transporte menos poluente.
Se a sua operação ainda não começou a se movimentar nesse sentido, vale a pena acompanhar de perto esse cenário.
Desafios e perspectivas no uso de combustíveis renováveis
Apesar de todos os benefícios, adotar combustíveis renováveis ainda traz alguns desafios que precisam ser considerados na realidade da gestão de frotas.
Entre os mais comuns, estão a infraestrutura limitada, o custo inicial, a disponibilidade regional e, em muitos casos, a falta de informação.
Por outro lado, as perspectivas incluem o crescimento de programas públicos e privados para incentivo ao uso de combustíveis renováveis e a expansão da infraestrutura de distribuição e abastecimento.
Além disso, também tem-se como expectativa o desenvolvimento de novas tecnologias e veículos preparados para múltiplas fontes de energia e a valorização de empresas com metas de redução de emissões e práticas sustentáveis.
Ou seja, os combustíveis renováveis estão se consolidando como um caminho viável e estratégico para as frotas. E o gestor que se prepara agora, sai na frente.
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