Desvio de combustível é um dos problemas mais difíceis de detectar — e um dos que mais geram prejuízo silencioso nas frotas.

À primeira vista, pode parecer apenas um aumento no consumo ou uma inconsistência nos relatórios de abastecimento.

Mas, por trás disso, pode estar acontecendo algo mais grave: abastecimentos que não aconteceram de verdade, desvios de litros do tanque ou até acordos informais com terceiros.

Se você sente que o combustível está sumindo mais rápido do que deveria ou os custos estão subindo sem explicação, vale a pena investigar. Continue lendo para entender como fazer isso na sua gestão de abastecimento da frota!

O que é o desvio de combustível?

O desvio de combustível acontece quando parte do abastecimento destinado à frota é desviada — seja por motoristas, frentistas ou terceiros — sem que o gestor perceba. Em outras palavras, é quando o combustível que deveria estar rodando na operação vai parar em outro lugar.

Esse tipo de fraude pode ser feito de várias formas: abastecimentos fictícios, retirada de combustível direto do tanque, alteração de notas fiscais ou conivência entre postos e motoristas.

Mesmo em empresas bem estruturadas, o desvio pode acontecer aos poucos, tornando difícil detectar de imediato. Mas com o tempo, os sinais começam a aparecer: aumento no consumo, queda na autonomia dos veículos e inconsistências nos relatórios.

E o impacto disso não é só no bolso, mas também na confiança e na produtividade da operação.

Como acontece um desvio de combustível na frota?

O desvio de combustível pode acontecer de forma silenciosa — e muitas vezes dentro da própria rotina da frota. A falta de controle detalhado e a confiança excessiva em processos manuais criam brechas perfeitas para esse tipo de fraude.

Uma das formas mais comuns é o abastecimento fraudado. O motorista combina com o frentista para lançar um volume maior do que realmente foi abastecido no tanque. A diferença é desviada e o posto emite uma nota com um valor inflado, como se tudo estivesse certo.

Outra prática frequente é o uso do combustível fora do padrão da operação. O motorista abastece o próprio carro ou o de outra pessoa, usando o cartão da empresa ou os dados da frota. Isso sem falar no reabastecimento em galões, conhecido como o “completar para levar”.

E como tudo isso acontece no dia a dia da operação, entre uma entrega e outra, fica difícil identificar o problema sem um controle automatizado e acompanhamento em tempo real.

O desvio de combustível, além de gerar um custo financeiro direto, cria uma cultura perigosa de impunidade e pode prejudicar a credibilidade do gestor perante a equipe.

Como identificar desvio de combustível na frota?

O primeiro ponto é observar variações no consumo. Se um veículo que costuma fazer 8 km por litro começa a entregar 6 km por litro, mesmo sem mudança de rota ou carga, tem algo fora do normal. Isso pode ser indício de desperdício, falha mecânica ou, dele mesmo, o desvio.

Outro sinal é quando o valor total abastecido não bate com a quilometragem percorrida. Se o veículo rodou pouco e abasteceu muito, vale investigar. Isso é ainda mais crítico quando acontece com frequência ou com o mesmo motorista.

A ausência de notas fiscais ou inconsistências nos registros também devem levantar suspeitas. Se você trabalha com reembolso manual ou registros em planilhas soltas, o risco de erro ou fraude é mais alto.

Ficar atento aos horários de abastecimento também ajuda. Se aparecem registros fora do turno de trabalho, em postos não autorizados ou em locais distantes da rota habitual, é preciso checar o que está acontecendo.

Quais são os impactos do desvio de combustível para a frota?

O primeiro impacto é direto no caixa. Se parte do combustível pago não está sendo usado pela frota, isso significa que você está literalmente colocando dinheiro no tanque… de outra pessoa. 

E esse rombo, mesmo que pareça pequeno por abastecimento, vira um custo considerável no acumulado.

Outro impacto é na credibilidade da gestão. Quando não há controle ou transparência, os próprios motoristas e colaboradores podem perder a confiança na operação e, em alguns casos, até aproveitar brechas para cometer novos desvios ou fraudes de abastecimento.

A produtividade da frota também sofre. Isso porque, ao não identificar e corrigir desvios, você pode estar alimentando um ciclo de abastecimentos fora do padrão, que prejudica rotas, planejamento e até a manutenção dos veículos.

Além disso, a falta de controle sobre o abastecimento também impede uma análise real do desempenho da frota. Sem saber o que está sendo realmente consumido, qualquer decisão de otimização vira chute e isso trava a evolução da sua operação.

Como evitar o desvio de combustível na frota?

Evitar o desvio de combustível é totalmente possível quando você estrutura bem os processos, adota a tecnologia certa e envolve toda a equipe na cultura de controle. Veja os principais pilares dessa prevenção:

1. Eliminar brechas no processo

Reembolsos sem comprovação, registros manuais e abastecimentos feitos fora de padrão são portas abertas para fraudes e desvios.

Por isso, o primeiro passo é revisar todos os pontos do processo e eliminar qualquer brecha que permita irregularidades. Centralizar o controle, padronizar a operação e evitar soluções improvisadas são atitudes simples que fazem toda a diferença.

2. Usar uma tecnologia de controle de abastecimento

Um bom sistema de controle de abastecimento permite que você registre todos os dados da operação em tempo real: onde foi feito o abastecimento, quantos litros foram inseridos, qual o veículo envolvido, horário, motorista responsável, entre outros.

Com essas informações cruzadas, fica muito mais fácil identificar inconsistências e agir rápido quando algo sai do esperado. E quando essa tecnologia está integrada a um cartão frota, o controle vai ainda mais longe. 

Isso porque o cartão pode ser configurado com regras específicas de uso — como limite de litros por veículo, postos autorizados, horários permitidos e até bloqueio automático em caso de tentativa fora do padrão.

Tudo isso sem reembolso manual, sem papelada e sem margem para “jeitinho”.

3. Ter uma política de frotas clara e que inclua regras sobre abastecimento

A política de frotas precisa ir além de orientações genéricas: ela deve conter cláusulas específicas sobre abastecimento, como postos autorizados, limites por veículo, horários e regras de uso.

Deixar essas regras claras e documentadas é fundamental para evitar dúvidas e garantir que todos saibam exatamente o que pode e o que não pode ser feito. E mais: ela precisa ser aplicada de forma justa e constante.

4. Instrução e treinamento aos motoristas

Não adianta ter regras se quem está no dia a dia da operação não entende ou não aplica. Por isso, investir em instrução e treinamentos periódicos é essencial.

O ideal é que os motoristas conheçam a política da empresa, entendam a importância do controle de abastecimento e saibam as consequências em caso de descumprimento.

5. Acompanhamento e análise de métricas e dados

Frotas que monitoram seus indicadores têm muito mais controle e previsibilidade. Acompanhar métricas como o consumo médio de combustível por veículo, gastos por motorista, frequência de abastecimento e variações entre veículos semelhantes permite identificar desvios rapidamente.

Esses são os chamados indicadores da gestão de abastecimento, e eles ajudam a mostrar se há algo fora do padrão, seja por falha operacional ou por tentativa de fraude.

O que fazer se suspeitar de desvio de combustível?

Suspeitas de fraudes de abastecimento não devem ser ignoradas, ainda mais quando o padrão de consumo muda sem explicação. Se você começou a notar inconsistências nos registros, consumo acima do normal em determinados veículos ou motoristas, é hora de agir rápido.

Confira algumas ações que ajudam a investigar o caso:

• Cruze os dados de abastecimento com os relatórios operacionais da frota;
• Verifique se os litros registrados batem com a quilometragem rodada;
• Compare o consumo com a média esperada para cada veículo;
• Fique atento à duplicidade de registros ou abastecimentos em locais suspeitos;
• Aja conforme a política de frotas — e, se não tiver uma, é hora de criar uma com foco na prevenção.

Alguns erros na gestão de abastecimento acabam abrindo espaço para esse tipo de fraude acontecer e muitos gestores só percebem quando o prejuízo já bateu na porta.

Se o seu objetivo é cortar desperdícios e proteger a operação, entender como controlar fraudes e desvio de combustível é fundamental. Isso inclui revisar processos e garantir que cada litro abastecido esteja realmente indo para a frota.

E se você quer dar o próximo passo para proteger sua operação e evitar fraudes, temos o material ideal pra te ajudar. Baixe agora o Guia da Fraude de Abastecimentos e leve mais controle e inteligência para a sua gestão de frotas.